Identificação Química, Análise Microbiológica e Farmacológica das Gorduras Corporais de Leptodactylus macrosternum (Miranda- Ribeiro, 1926) e Leptodactylus vastus (Adolf Lutz, 1930) da Região do Cariri
File Name: | dissertao mario eduardo santos cabral.pdf |
File Size: | 1.30 MB |
Date: | 26. Setembro 2018 |
Ano: 2012 Orientando(a): Mario Eduardo Santos Cabral Orientador: Prof. Dr. Waltécio de Oliveira Almeida Co-Orientador: Prof. Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves Resumo: Os anfíbios são um grupo de animais que apresentam baixo numero de citações de uso medicinal no Nordeste brasileiro. O gênero Leptodactylus abriga a maior parte dos relatos de uso de produtos naturais obtidos de anfíbios para fins medicinais. As espécies L. macrosternum e L. vastus (Família: Leptodactylidae), são amplamente encontradas no bioma caatinga. No Nordeste brasileiro a gordura corporal de L. vastus é utilizada como zooterápico no tratamento de diversas enfermidades como inflamação de garganta, tosse, asma, artrite e dor nas costas. Até a presente data não existem relatos do uso de produtos naturais obtidos de L. macrosternum, sendo sua caracterização neste estudo justificada devido à proximidade filogenética com L. vastus. Este trabalho teve por objetivo apresentar a composição química da gordura corporal de L. macrosternum e L. vastus, avaliar sua atividade antimicrobiana e antiedematogênica, além de mostrar as implicações ecológicas de seu uso na medicina tradicional. Os animais foram coletados na Estação Ecologica de Aiuaba – CE, em seguida foram anestesiados com associação de quetamina e xilazina e sacrificados para a remoção de sua gordura corporal. Os óleos de L. macrosternum (OLM) e L. vastus (OLV) foram extraídos da gordura corporal localizada na região ventral desses anfíbios usando hexano como solvente. O rendimento observado na extração do OLM (36,55%) foi superior ao obtido pelo OLV (18,24%). Os ácidos graxos foram determinados indiretamente usando seus correspondentes ésteres metílicos. A identificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi realizada em cromatógrafo gasoso acoplado a espectrômetro de massas. A atividade antimicrobiana de ambos os óleos foi demonstrada através do método de microdiluição em caldo frente a linhagens de microorganismos padrão e multiresistentes. Foram utilizadas linhagens de Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Candida albicans e Candida krusei, quando sozinha ou em combinação com antibióticos e antifúngicos. Na determinação da CIM, os óleos apresentaram inibição do crescimento microbiano significativo. Para o OLM evidenciou-se CIM 256 μg/mL frente a P. aeruginosa ATCC 15442, e o mesmo resultado foi observado para o OLV frente a C. krusei ATCC 6258. No entanto na associação dos óleos com os antibióticos e antifúngicos não foram observados efeito sinergico. A interação entre OLV e o antibiótico neomicina gerou um efeito antagônico frente a S. aureus 358 e P. aeruginosa 22. Para a avaliação da atividade antiedematogênica foi utilizado o modelo de edema de orelha em camundongos induzido por óleo de cróton (agudo e crônico). No edema induzido pela aplicação única de óleo de cróton ambos os óleos não demonstram efeito antiedematogênico. Na aplicação múltipla de óleo de cróton a partir de 120 h tanto o OLM como o OLV demonstraram redução significativa do edema. O efeito inibitório médio foi de 58% para OLM e de 66% para OLV. Palavras-chave: Anfíbios, Etnozoologia, Leptodactylidae, Atividade Antimicrobiana, Atividade Antiedematogênica. |